quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Subida de 1,4% coloca Bolsa de Lisboa em máximos de Julho de 2011

Com uma subida expressiva da banca, da Mota-Engil e da PT, o principal índice da Bolsa de Lisboa terminou a sessão desta quarta-feira a crescer 1,4%, o que lhe permitiu passar a barreira dos 7000 pontos, fixando um valor máximo desde Julho de 2011.
Num dia sem grandes oscilações nas principais praças do Velho Continente, que encerraram no seu conjunto sem tendência definida, o desempenho da praça portuguesa sobressaiu entre as congéneres europeias. Durante a sessão, o PSI-20 chegou a negociar nos 7066,16 pontos e acabou por fechar nos 7055,27 pontos, com 16 das suas 20 cotadas a ganharem valor face a terça-feira.
A escalada acontece pela sexta sessão consecutiva e explica-se, em parte, pelo crescimento do sector bancário, que tem beneficiado nos últimos dias de uma descida das taxas de juro da dívida portuguesa no mercado secundário.
A maior subida pertenceu ao Banif. Dando continuidade à recuperação das últimas sessões, o banco liderado por Horácio Roque disparou nesta quarta-feira 9,6%, levando as acções aos 0,013 euros.
A valorização do BCP, a segunda maior no sector da banca, de 2,7%, permitiu à instituição encerrar com as acções nos 0,19 euros; já o BPI valorizou-se 1,79%, com os títulos nos 1,418 euros, enquanto o BES cresceu já abaixo de 1%, terminando nos 1,207 euros (mais 0,83% do que na terça-feira).
A valorização do índice ficou ainda marcada pelo desempenho expressivo da Mota-Engil, que cresceu 7,82%. O grupo de construção, o que mais valorizou no PSI-20 em 2013, dá nos primeiros dias deste ano continuidade ao movimento de crescimento, beneficiando da adjudicação de novos projectos em África e na América Latina, em particular, da notícia de entrada no sector mineiro no Zimbabwe.
O entusiasmo estendeu-se à PT, que encerrou com uma valorização de 3,49%, com as acções nos 3,55 euros cada.
Na sessão destacaram-se ainda as empresas do universo EDP. Enquanto a eléctrica liderada por António Mexia cresceu1,67%, para 2,786 euros, a EDP Renováveis, aos comandos de João Manso Neto, valorizou 1,32%, para 4,119 euros.
Esta tarde, já depois do fim das negociações em bolsa, a subsidiária da EDP veio anunciar um novo contrato de venda de energia nos Estados Unidos. Isto no mesmo dia em que o presidente da EDP anunciou um investimento de cerca de 30 milhões de euros anuais até 2016 na rede da região de Leiria.
Em terreno negativo encerraram a EFSG (holding do grupo dono do BES), a Sonae Indústria, a Galp e a Semapa.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

É tempo de tirar esqueletos do armário!

Todos os anos por esta altura, geralmente marcada pela falta de liquidez, costumo alertar para a importância de equilibrar posições ganhadoras e perdedoras. O ano fiscal está prestes a terminar e, em 2014, quando estivermos a preencher o IRS, vamos agradecer este pequeno esforço.
Não vou falar da lei que rege as mais-valias, não serei certamente a melhor pessoa para o fazer já que eu próprio tenho de a ir consultar todos os anos para me orientar. Mas há uma dica simples que não poderia deixar de referir.  Considerando que só serão taxadas as mais-valias, é importante fazer o rollover das posições. Vamos a exemplos concretos:
Caso 1: Imagine-se o caso de um investidor que tem 5000€ de perda em posições já fechadas mas comprou BCP há uns dias e a posição está a render-lhe 3000€. Este investidor acredita que o BCP vai continuar a subir e não se quer desfazer da posição. Então só tem de vender a posição e comprá-la a seguir novamente ao mesmo preço para poder aproveitar os 5000€ de prejuízos para não pagar futuramente os 3000€ de ganhos entretanto gerados. Neste exemplo o investidor não pagaria qualquer valor de mais-valias! Gastava 14€ em comissões mas assegurar-se-ia que se o próximo ano fosse bom teria menos 3000€ de lucros para pagar futuramente.
Caso 2:Imagine-se o caso de um investidor que tem 5000€ de lucros em posições já fechadas mas comprou Banif durante o ano e tem nessa posição aberta uma perda até à data de 3000€ face ao valor de compra. Este investidor acredita mesmo que o Banif vai subir em breve e não se quer desfazer da posição. Então só tem de vender a posição e comprá-la a seguir novamente ao mesmo preço para poder abater aos 5000€ de lucro os 3000€ de perda. Neste exemplo o investidor pagaria assim mais-valias sobre apenas 2000€! Gastava 14€ em comissões mas pouparia 840€ em IRS.
É verdade que, neste último caso, se o ano 2014 correr bem as mais-valias terão igualmente de ser pagas. Ou pelo menos terão de ser chutadas novamente para 2015 . Pessoalmente eu gosto sempre de ter uma almofada financeira para um ano que venha menos positivo. E, como diz o ditado, pagar impostos e morrer quanto mais tarde melhor!

Texto bastante interessante para aprendizes como eu. Retirado de Surfar a Tendência.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O primeiro gráfico dos CTT

Cerca de um mês depois do início de cobertura a este fenómeno capitalista, a OPV dos CTT, tivemos finalmente o dia de estreia em bolsa! E foi uma estreia à Americana, carregada de emoções fortes! Deixo assim o gráfico do primeiro dia em velas de 5 minutos. O que começou por ser um surpreendente arranque, com 7% acima do valor da OPV, acabou em fecho junto ao agora suporte, os 5,52€ que estiveram na origem desta operação. O dia foi extremamente diverso, tão diverso que permitiu ganhos aos investidores de curto prazo e um moralizador fecho acima da linha de água aos investidores de médio e longo prazo.
Analisando o dia de forma algo superficial não tenho dúvidas de que terá havido compras institucionais no arranque da cotação. Só essas compras permitiriam uma abertura a 5.9€ quando o pânico se começava a instalar entre os pequenos investidores, só essas compras contribuiriam para que se transaccionassem tantos títulos na primeira meia hora de sessão como em todo o resto do dia. Nem poderia deixar de ser assim! Quem pretende fazer compras estratégicas não compra 150 acções de cada vez, compra os dumps...
Ao longo do dia recebi vários e-mails com dúvidas e comentários, sobretudo quando a cotação começou a ceder. Se me perguntarem o que eu acho do curto prazo, já o disse. O arranque foi surpreendente e os 7% de ganho não deveriam ter sido desaproveitados por quem entrou para vender rapidamente. Afinal, estamos a falar de uma valorização correspondente a 3 anos de depósitos a prazo na CGD!
Para quem está pelo longo prazo, as oscilações diárias são irrelevantes. Tanto faz um dia acima como dois abaixo, interessa é o balanço final. Pessoalmente levava uma estratégia dupla para o dia de hoje. Acabei por ficar com mais acções do que esperava no rateio e aproveitei a euforia do início da sessão para me desalavancar significativamente. A posição base é de médio prazo e por isso não será de todo recomendável ir vibrando com as oscilações diárias. Como tive oportunidade de comentar na página do blog no facebook, o acompanhamento contínuo da oscilação das cotações funciona como um inimigo dos position traders, é indutor de stress e ansiedade. E esses dois componentes são os principais ingredientes para a negociação irracional (a somar ao medo e à ambição).
Deixarei de acompanhar de forma tão próxima esta empresa e recomendo a todos os que pretendem negociar o médio prazo que façam o mesmo. Este post encerra assim a saga CTT! Como sempre acontece, haverá um update oportuno logo que o gráfico comece a definir uma tendência.
Pensamento final: A queda que a Galp teve nas duas primeiras sessões após a OPV não a impediu de subir 235% no espaço de um ano ;)
 
in Surfar a Tendência

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Procura por ações dos CTT é 9 vezes superior à oferta

A procura por ações dos CTT foi nove vezes superior à oferta, foi divulgado hoje na sessão especial de bolsa para apuração dos resultados da oferta pública de venda. 98% dos investidores da OPV são portugueses.
As ações dos CTT vão começar a ser negociadas na bolsa portuguesa esta quinta-feira, às 10h30.
Os CTT atraíram mais de 20 mil pequenos investidores e, no terceiro dia, a procura por ações já tinha superado a oferta. A maior parte dos investidores ficou com entre 100 a 500 ações.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Bolsa cai pela primeira vez em cinco sessões

A bolsa nacional encerrou a sessão a desvalorizar pela primeira vez em cinco dias, com a EDP e a Jerónimo Martins a pressionarem. No resto da Europa a tendência também é de perdas com o índice de referência a desvalorizar mais de 1%.
O índice PSI-20 recuou 0,63% para 6.498,16 pontos, com seis cotadas a valorizarem e 13 a perderem terreno. Uma encerrou inalterada face ao valor de fecho da véspera.
 Entre as principais praças europeias a tendência também é de perdas, com o índice europeu Stoxx 600 a perder 1,43% para 319,45 pontos e a registar a maior desvalorização desde 27 de Agosto.
 Por cá, entre as cotadas que mais pressionaram está a EDP, que desvalorizou 1,70% para 2,725 euros por acção. O banco Goldman Sachs cortou o preço-alvo em 5% para 2,10 euros por acção. A avaliação confere uma perda potencial de 25% aos títulos e justifica a manutenção da recomendação de “vender”.
Já a subsidiária para as energias alternativas, EDP Renováveis, recuou 0,59% para 3,907 euros por acção e a REN, que gere a rede eléctrica nacional, encerrou inalterada nos 2,25 euros.
Também a pressionar esteve a Jerónimo Martins, que depreciou 1,27% para 14,755 euros por título.
A construtora Mota-Engil foi a cotada que mais desvalorizou no índice principal, ao perder 2,12% para 4,581 euros. Ainda assim, a construtora acumula uma valorização de 190%, desde o início do ano, sendo que a cotada registou uma forte valorização nas últimas semanas.
A empresa anunciou a dispersão de capital da sua subsidiária para o negócio em África, que vai ser admitida à cotação em Londres.
O restante sector da construção também negociou em forte alta, nas últimas sessões. A Teixeira Duarte, que não integra o PSI-20 fechou o dia nos 0,93 euros, inalterado face ao valor da véspera. A Soares da Costa, que anunciou a entrada de António Mosquito no seu capital e também chegou a mais do que triplicar o seu valor de mercado, desde o início do ano, também encerrou inalterada nos 0,36 euros.
Pela positiva, destacou-se a Portucel que avançou 1,86% para 2,954 euros. Entre as restantes cotadas do sector, a Altri progrediu 0,32% para 2,528 euros, enquanto a “holding” Semapa encerrou praticamente inalterada ao descer 0,07% para 8,194 euros.
O Banco Comercial Português também encerrou em alta, ao avançar 0,66% para 0,1377 euros. Contudo, recuou do máximo de Setembro de 2011 em que chegou a negociar durante a sessão, ao transaccionar nos 0,14 euros por título.
Já o Banif perdeu 2,11% para 0,0093 euros (0,93 cêntimos) e o BES recuou 0,1% para 1,019 euros. O BPI declinou 0,42% para 1,18 euros.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PSI 20 despede-se de novembro em alta animado pelos ganhos de 3% do BCP

mercados
 

A Bolsa de Lisboa terminou a última sessão da semana em terreno positivo, a contraria a tendência de perdas registada pelas principais praças europeias, suportada pelas ações do sector financeiro e dos pesos-pesados.
Na Europa, as principais praças terminaram com quedas que oscilaram entre os 0,1% da bolsa francesa e os 0,4% do índice italiano, enquanto que, no outro lado do Atlântico, as praças norte-americanas seguem em terreno positivo.
Os mercados acionistas europeus fecharam a recuar apesar da melhoria das perspectivas da dívida espanhola por parte da agência de rating Standard and Poor's, bem como da queda do desemprego na zona euro no mês passado, num dia marcado pelo arranque do período de vendas da época natalícia, que fez disparar as ações das retalhistas, sobretudo, as norte-americanas.
O PSI 20 terminou a valorizar 0,47% para os 6.537,77 pontos, com 16 cotadas em alta e apenas 3 no vermelho.
A impulsionar a praça lisboeta estiveram as ações da banca, com o BCP a disparar 2,8%, acompanhado pelo BPI que ganhou 0,9%, e pelo BES que subiu 0,7%.
Igualmente a suportar o índice nacional estiveram os títulos com maior peso, com a Galp Energia e a EDP a crescerem ambas 0,4%, seguidas pela Jerónimo Martins que progrediu 0,1%
 
Dinheiro Vivo

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

BCP atinge máximos de 21 meses e valorização anual de 69%


Banco liderado por Nuno Amado é o quarto que mais sobe este ano no PSI-20 e ocupa a mesma posição no “ranking” dos bancos europeus com melhor prestação em 2013. Capitalização bolsista situa-se perto dos 2,5 mil milhões de euros.
O Banco Comercial Português esteve em destaque na sessão desta quinta-feira na praça portuguesa, com uma valorização de 4,88% para 0,1267 euros. Os títulos chegaram a ganhar perto de 12% para 0,135 euros, o que representa a cotação mais elevada desde Fevereiro de 2012.
 Esta foi a terceira sessão consecutiva de ganhos, sendo que neste período, positivo em geral para todos os mercados accionistas, os títulos avançaram 11,3%, afastando-se cada vez mais da barreira dos 10 cêntimos, em redor do qual os títulos negociaram durante muito tempo.
 Esta subida surge sem que tenham sido divulgadas notícias recentes que justifiquem uma valorização tão expressiva das acções. “Nos últimos movimentos de recuperação dos bancos portugueses, o BCP tem ficado um pouco para trás, o que explica que agora também valorize mais”, explicou ao Negócios um operador de sala de mercados que preferiu não ser identificado.
 A sessão se hoje foi também positiva para os restantes bancos portugueses. O BES ganhou 1,29% para 1,023 euros, o BPI subiu 0,09% para 1,176 euros e o Banif ganhou 8,45% para 0,0077 euros.
 “Não há notícias relevantes que expliquem esta recuperação dos bancos, é um movimento do sector a nível europeu e também espanhol. Os bancos europeus têm estado a recuperar”, adiantou outro operador contactado. O índice do sector europeu da banca ganhou 0,85%.
 
 
BCP é o quarto que mais sobe na Europa
 
Após a subida nas últimas três sessões, o BCP elevou o ganho anual para 68,93%, o que coloca o banco no quarto lugar das cotadas do PSI-20 com melhor prestação em 2013. Mota-Engil (192,92%), Zon Optimus (79,46%) e Sonaecom (70,97%) apresentam valorizações anuais mais expressivas.
 No ranking das maiores subidas em 2013 entre os bancos europeus, o BCP também ocupa o quarto lugar. No Stoxx Banks só Bank of Ireland, Bankinter e Natixis registam ganhos superiores.  
 O BCP apresenta agora uma capitalização bolsista de 2,49 mil milhões de euros, ocupando o oitavo lugar no ranking das cotadas portuguesas mais valiosas.
 Em Outubro as acções subiram 14,78% e preparam-se para fechar Novembro com o terceiro mês consecutivo de ganhos.
 A diminuição dos prejuízos nos primeiros nove meses do ano e a venda da participação na unidade grega, bem como o alívio nos juros da dívida pública portuguesa justificam este comportamento positivo do BCP nos últimos meses.
 
Jornal de Negócios

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Conselhos da Proteste Investe para a Privatização dos CTT

Os CTT vão fazer a sua estreia bolsista no dia 5 de dezembro mas o período de subscrição das ações decorre até 2 de dezembro. A empresa é líder em Portugal, tem um baixo risco e distribui bons dividendos. Dado o intervalo de preços, a ação está entre barata e correta, mas aconselhamos a subscrição.

Líder em Portugal - Após vários anos sem haver uma Oferta Pública de Venda (OPV) na bolsa nacional, a última tinha sido a EDP Renováveis em 2008, os CTT vão entrar em bolsa.A empresa é a líder histórica do setor postal em Portugal, com uma quota de mercado de 95%, detendo a concessão exclusiva do serviço postal universal até ao final de 2020. Os CTT prestam ainda serviços de expresso e encomendas, detendo uma quota de 29% em Portugal e estando presentes também em Espanha e Moçambique. Além disso, o grupo opera ainda nos serviços financeiros (distribuição de produtos de poupança e seguros, serviços de pagamento e cobrança, etc), tendo atualmente pendente um pedido de autorização ao Banco de Portugal para a constituição de um banco postal. A atividade de serviços financeiros só pesa 8% no volume de negócios (VN) mas é a mais rentável.

Contexto setorial - O contexto do setor não é o mais favorável, dado que o tráfego postal em Portugal tem diminuído a um ritmo de 5,3% ao ano no período de 2008 a 2012. Esta tendência tem-se refletido num contínuo recuo do VN dos CTT nos últimos anos, já que o crescimento das outras atividades (expresso e encomendas e serviços financeiros) não tem compensado a quebra do negócio histórico. O crescimento da Internet, das comunicações móveis e eletrónicas é uma tendência estrutural que tem originado uma quebra na utilização do correio físico. Em contrapartida, a adoção de novas tecnologias tende a levar os consumidores a utilizar cada vez mais os canais online para efetuar compras, fazer pagamentos, etc, o que é uma oportunidade para os CTT crescerem ao nível das encomendas associadas ao comércio eletrónico.

Pontos fortes - Um dos maiores trunfos da empresa é a distribuição de bons dividendos. Se for cumprido o que está previsto (distribuição de mais de 90% dos lucros), o rendimento líquido do dividendo será de 6% em 2013 e 4,7% em 2014, considerando o valor médio (4,81 euros) do intervalo de preços predefinido para a oferta (4,10 a 5,52 euros por ação), sendo um dos mais elevados da bolsa nacional.Outro dos pontos fortes dos CTT é a sua boa solidez financeira, já que quase não tem dívida financeira e detém uma forte posição de liquidez no seu balanço (a rubrica “caixa e equivalentes” corresponde a 52% do ativo). Além disso, apesar da quebra do VN, os CTT têm aumentado a geração de cash-flow e melhorado a sua rentabilidade operacional à custa de reduções de custos, sobretudo com pessoal (não substituição das pessoas que se reformam), sendo uma das empresas europeias do setor com margem EBITDA mais alta, acima de 14%. A redução de trabalhadores deverá manter-se nos próximos anos, até porque a estrutura do quadro de pessoal é relativamente envelhecida.Por fim, apesar do mercado postal ter sido liberalizado em abril de 2012, a posição de liderança dos CTT nos mercados de correio e encomendas é uma vantagem competitiva importante face à concorrência, permitindo beneficiar mais facilmente de significativas economias de escala.

Pontos fracos - Para além de operar num setor em declínio estrutural, os CTT têm ainda uma excessiva dependência de alguns grandes clientes, entre eles o Estado, e do mercado nacional, que é responsável por quase 90% do VN do grupo. Logo, a atual conjuntura económica negativa em Portugal deverá continuar a afetar a procura dos serviços prestados pelo grupo e, consequentemente, os resultados da empresa.
Outro fator de risco é o facto de não se conhecer bem a estratégia futura do grupo, nomeadamente a nível da sua eventual expansão internacional e da atividade de serviços financeiros, caso o banco postal não possa ser criado.
 

Detalhes da operação - A privatização dos CTT será feita mediante uma Oferta Pública de Venda (OPV) e uma venda direta a investidores institucionais. O número máximo de ações que o Estado irá alienar corresponde a 70% do capital da empresa (14% destinados à OPV) e o intervalo de preços predefinido varia de 4,10 a 5,52 euros por ação. O preço final apenas será conhecido a 3 de dezembro, um dia antes da sessão especial de bolsa para apuramento dos resultados da oferta.No que toca à OPV, o período de subscrição decorre entre as 8h30m do dia 19 de novembro e as 15h00 do dia 2 de dezembro, sendo que as ordens de compra enviadas até dia 25 (inclusive) beneficiam de um coeficiente de rateio 100% superior. Todas as ordens só podem ser revogadas até ao dia 26 de novembro (inclusive) e a atribuição das ações será feita em múltiplos de 10. Ao contrário do habitual, a operação terá apenas duas tranches: uma para o público em geral, cuja subscrição máxima é de 25.000 ações por investidor, e outra para trabalhadores dos CTT, que podem subscrever até 2500 títulos. Estes últimos beneficiam de um desconto de 5% sobre o preço que vier a ser fixado mas não poderão vender as ações durante 90 dias (período de indisponibilidade vigorará até 5 de março de 2014). Logo, não há a tradicional tranche de pequenos subscritores, que costumava beneficiar de um desconto.Realce ainda para o facto de a operação não conferir direito a qualquer benefício fiscal em sede de IRS, tal como já tinha acontecido nas OPV referentes às privatizações da Galp Energia (em 2006) e da REN (em 2007).

Avaliação e conselho - Nos primeiros nove meses do ano, os CTT acumularam um lucro de 0,30 euros por ação, uma subida de 28% face a igual período de 2012 originada sobretudo por reduções de custos e por um elevado montante de provisões em 2012. O VN manteve a tendência de queda (-2%), embora menos acentuada fruto de uma política de aumento dos preços de alguns produtos e serviços. Para 2013, 2014 e 2015, prevemos lucros de 0,34, 0,35 e 0,37 euros por ação, respetivamente.A amplitude do intervalo de preços (4,10 a 5,52 euros) é grande, pelo que avaliamos a ação entre barata e correta. O risco do título (2 numa escala de 1 a 5) é baixo e o rendimento do dividendo é elevado. Assim, se tiver disposto a correr o risco de investir em ações e numa perspetiva de longo prazo, aconselhamos a subscrição dos títulos dos CTT, de preferência até 25 de novembro para beneficiar de um coeficiente de rateio superior.


in Proteste Investe

 

Santander: Queda recente das acções da Galp cria “verdadeira oportunidade”

Os analistas reiteram recomendação de “comprar” para a Galp. Resultados “decepcionantes” no quarto trimestre têm penalizado a acção, o que cria uma “verdadeira oportunidade para aumentar a exposição”.
O Santander voltou a recomendar um aumento da exposição às acções da Galp Energia, numa resposta aos resultados “decepcionantes” no terceiro trimestre e das indicações por parte da empresa de que as mesmas condições “fracas” devem verificar-se também no quarto trimestre.
 Numa análise ao sector europeu das petrolíferas, o preço-alvo da Galp foi também mantido em 14,6 euros, que tem implícito um potencial de valorização de 20%. As acções estão a subir 0,96% para 12,155 euros.
 O analista Jason Kenney escreve que “a Galp continua no bom caminho para obter um crescimento significativo a médio e longo prazo no ‘upstream’”, ou seja, na exploração petrolífera. As operações no Brasil deverão ser determinantes e “devem suportar um forte crescimento dos lucros do grupo”, escreve o banco, em nota a que o Negócios teve acesso.
 A recente descida das acções (caem 8,9% desde o início de Setembro) cria uma “verdadeira oportunidade para aumentar a exposição”. Até porque, diz o banco, a fraqueza se deva às condições fracas no último trimestre e aos receios relativos à venda da participação pela italiana Eni.

Portugueses subscrevem mais 8,2 milhões de acções dos CTT

Procura voltou a aumentar, superando já em 8,72 vezes o número de títulos destinados aos pequenos investidores. Entre os trabalhadores o entusiasmo continua reduzido.
Os pequenos investidores subscreveram mais 8,2 milhões de acções durante o dia de hoje, aumentando o total de títulos solicitados nesta tranche para 137 milhões de acordo com os dados divulgados pela Parpública. A procura está já 8,7 vezes acima da oferta, facto que fará aumentar o rateio aquando do apuramento dos resultados da Oferta Pública de Venda (OPV) dos CTT.
 “De acordo com a informação disponível no Serviço de Centralização de Ordens em Ofertas Públicas da Euronext Lisbon, às 19h00 do dia 27 de Novembro de 2013, as declarações de aceitação emitidas pelos destinatários da OPV dos CTT, na sequência das ordens dirigidas aos respectivos intermediários financeiros, revelam uma procura de 6,61 vezes o número total de acções objecto da OPV dos CTT”, revela a Parpública em comunicado enviado à CMVM.
 A procura é mais expressiva na tranche do público em geral, que exclui os trabalhadores. Nesta, ascende a 8,72 vezes a oferta, considerando o número de títulos solicitados durante o dia de hoje. Esta terça-feira, último dia em que as ordens poderiam ser revogadas, o rácio entre a procura e a oferta tinha caído para 8,19 vezes, com os pequenos investidores a cancelarem seis milhões de títulos.
 Dado que a procura nesta tranche supera já largamente o número de títulos disponibilizados, é expectável que o rateio seja elevado. Ou seja, que estes investidores recebam bem menos acções do que as que pediram, sendo que quem deu ordem até segunda-feira (ainda durante a primeira fase) tem vantagem face aos que acorreram à segunda fase. O coeficiente de rateio é 100% superior.
Enquanto na tranche do público em geral se verifica já uma procura bem superior à oferta, entre os trabalhadores não há o mesmo entusiasmo com as acções da empresa onde exercem funções. A procura ascende a 1,49 milhões de títulos quando estão reservados 5,25 milhões acções a um preço 5% abaixo daquele que for fixado para a OPV.
 Até hoje, e quando faltam apenas três dias úteis para que sejam dadas ordens de compra sobre os títulos, a procura nesta tranche chega a apenas 29% da oferta. No final da operação, se se verificar que estes títulos não foram subscritos pelos trabalhadores dos CTT poderão passar para a tranche do público em geral contribuindo para aliviar um pouco o rateio.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Vale a pena comprar acções dos CTT?

Prevendo-se um post extenso e potencialmente maçador, deixo desde já - para alívio dos mais apressados - a resposta à pergunta anterior: sim, na minha opinião vale a pena comprar acções dos CTT. E valerá a pena comprá-las a partir da OPV? Hum, quanto a isso já não estou tão certo. Vamos por partes...
Tinha deixado anteriormente uma estimativa sobre qual seria na minha opinião o valor justo para os CTT. Estando o intervalo de venda encaixado no limite inferior da minha avaliação não me vou estender nessa parte. Enquanto contribuinte esperava mais, enquanto investidor não esperava melhor. Considerando o pior cenário, a fixação do preço nos 5,52€, teríamos uma yield de 7,24 % e um PER de 13. Se os CTT tivessem capacidade para manter este nível de distribuição de lucro, o negócio pagar-se-ia na sua totalidade (em teoria) ao fim de 13 anos. Infelizmente é pouco provável que tenha, pelo menos nos actuais moldes.
A reinvenção será uma necessidade fundamental para os CTT, como foi há uns anos para a PT, quando todos sabíamos que o telefone fixo e as taxas de aluguer estavam condenados à morte. A grande vantagem desta privatização para o país está precisamente aí, o estado vai entregar aos privados a imperativa e impopular necessidade de reestruturação. Reestruturação que englobará previsivelmente cortes na despesa (dispensas) e aumentos de receita (agravamento de tarifas), duas medidas particularmente mal acolhidas quando ocorrem em serviços estatais. É verdade que há uma grande margem de progressão em alguns sectores, nomeadamente na publicidade dirigida, expresso e financeiros, mas dificilmente essas subidas compensarão na totalidade a previsível degradação de receitas no serviço postal. Mas considerando que esta degradação não será demasiado óbvia nos próximos 3-5 anos (tempo mais do que suficiente para a reinvenção), é provável que o seu impacto nesta OPV e no desenrolar da cotação durante o próximo ano seja reduzido. Esse  impacto far-se-á sentir com especial incidência durante o próximo bear market, altura em que todas as más notícias são importantes.Correndo o risco de ser minimalista, se a yield dos CTT se aproximasse dos 5% pagos por alguns dos seus pares a nível mundial, e a alteração fosse apenas provocada pela subida das cotações, isto representaria um price target de 8€. Não me parece um preço absurdo para um bull market, e mesmo que não seja atingido é possível que nos aproximemos dele. Coniderando tudo o que foi dito anteriormente, penso que, podemos partir do princípio que aos preços indicados os CTT provavelmente representam um bom investimento de médio prazo. Respondida a primeira questão, passemos à segunda.Vale a pena comprar via OPV? Tenho dúvidas... Apenas  cerca de 10% das acções serão disponibilizadas a particulares, o que representa um montante de 16 milhões de acções. Estando  o montante máximo de acções subscritíveis fixado nos 25000, bastaria que 640 investidores pedissem este montante para esgotar toda a oferta! A partir daí teremos rateio, um rateio previsivelmente feroz! Olhando  para a OPV da GALP, por exemplo, tivemos um rateio de 49 vezes. Significa isso que quem pediu 49 mil euros de acções apenas recebeu mil euros. No caso da EDPR, já posterior, este rateio foi superior a 80 vezes.Não se espera que neste caso o rateio seja inferior. Esta será a última grande privatização de uma empresa pública lucrativa, muitos serão os que vão tentar aproveitar. Mesmo excluindo os investidores que tiveram fortes perdas na EDPR e que não se meterão noutra aventura semelhante tão cedo, muito dificilmente o rateio será abaixo de 25x. Se me pedissem um número, assim ao estilo das previsões que a Maia faz, apontaria para um rateio pelo menos na ordem das 50x, à imagem do que aconteceu no caso GALP. Se assim fosse, e mesmo pedindo o montante máximo, cada investidor ficaria com pouco mais de 2 mil euros de acções. Para o conseguir, seguindo o exemplo, teria de ser pedido o equivalente a 130 mil euros em acções, montante que não figurará na maioria das contas à ordem dos pequenos investidores. E, entenda-se, nem é necessário se o rateio vier a confirmar-se! Só é necessário ter o montante equivalente à totalidade de acções com que se ficar. Mas, por mais remota que seja, e porque os mercados financeiros não são uma ciência exacta, existe a possibilidade de ficarmos com 130 mil euros a descoberto no dia 4 de Dezembro. E essa possibilidade arrepia-me discretamente... 
Ora, o que faria esse risco valer a pena? A possibilidade de termos um movimento semelhante ao do Twitter ou do Royal Mail, onde se verificou uma abertura em gap up de várias dezenas por cento. Será previsível que tal ocorra no caso dos CTT? Tenho grandes dúvidas, e passo a explicar porquê. Se as cotações abrissem a valorizar 40%, como aconteceu em Inglaterra, o governo ia ser acusado de incompetência contabilística ou, pior ainda, de favorecer deliberadamente os grandes grupos e vender ao desbarato. Por outro lado, se a cotação abrisse em forte queda o governo ia ser acusado de roubo e de querer encher os bolsos às custas dos pequenos investidores. Epá, mas o governo não pode controlar o que vai acontecer no mercado de forma a extrair deste processo o máximo de dividendos políticos, certo? Errado! 
O Governo, num gesto de grande cultura táctica, nomeou um market maker. A JP Morgan terá a seu cargo a missão de evitar oscilações severas das cotações nos primeiros 30 dias de negociação. Se houver forte pressão compradora eles vendem, se a pressão for vendedora eles compram. Esta manipulação assegurará uma flutuação regular dos preços, sem oscilações “à Twitter”. O meu palpite? Quem comprar na OPV ganhará no máximo um prémio de 5% face ao valor de abertura, não sendo seguro que a primeira sessão termine sequer no verde. Veja-se o caso da GALP, que caiu nas duas primeiras sessões de negociação. 
Em jeito de balanço final deixem-me clarificar que comprarei acções dos CTT até ao final do ano. Tem tudo para ser um bom negócio, nem que mais não seja por uma questão de momentum. Se as vou comprar na OPV? Dificilmente, um prémio potencial de 100 ou 150€ não paga as noites mal dormidas que teria desde o dia 25 até ao apuramento do factor de rateio.
 

Horta Osório consegue bónus devido a cotações do Lloyds em bolsa


As ações do banco britânico tinham de se manter acima de um determinado preço para que o seu presidente pudesse receber um prémio em acções. Assim aconteceu. O gestor português poderá, agora, auferir um bónus avaliado, atualmente, em 2,68 milhões de euros. Contudo, Horta Osório terá de esperar por 2018 para poder ter algum encaixe.
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O desempenho em bolsa do Lloyds abriu caminho para que António Horta Osório, o português que comanda o banco britânico, possa vir a receber um bónus relativo a 2012, avaliado actualmente em 2,25 milhões de libras (2,68 milhões de euros).
 Para que o gestor pudesse receber o prémio, as acções do Lloyds teriam de se manter acima de 73,6 pence por 30 sessões bolsistas consecutivas, segundo indica a imprensa britânica. Esse período ficou concluído esta quarta-feira, 20 de Novembro, com os títulos a encerrarem nos 75,02 pence, embora resvalando 0,08%.
O bónus em acções, relativo a 2012, será entregue ao melhor banqueiro do mundo para a Euromoney e ao 38º mais poderoso da economia nacional. Um total de 3 milhões de títulos que estão, neste momento, avaliados em 2,25 milhões de libras (2,68 milhões de euros). No entanto, Horta Osório não poderá ainda usufruir deste prémio. Só em 2018 é que poderá registar qualquer encaixe com as acções.
“O bónus de Horta Osório, que não irá receber até 2018, reflecte a reviravolta considerável feita pelo Lloyds sob a sua liderança – algo que permitiu aos contribuintes começar a recuperar o seu dinheiro com lucro”, afirmou o banco em comunicado, citado pela Bloomberg.
 Desde 2011, quando o português assumiu o comando da instituição, o banco encontra-se a sofrer uma forte reestruturação, tendo já eliminado mais de 7.000 postos de trabalho no último ano (uma decisão contestada pelos sindicatos), para equilibrar as contas e começar a reembolsar o Estado pela injecção de 20 mil milhões de libras em 2008.
 Numa entrevista ao “Financial Times”, em Outubro, Horta Osório afirmou que o seu percurso no banco está ainda a começar. “Não posso tirar o pé do acelerador. Isto é o fim do início”, disse o gestor, ao sublinhar que se está a concentrar na reprivatização.
 O Governo britânico conseguiu 3,2 mil milhões de libras ao reduzir a sua participação na instituição britânica para 33% (era de 39% depois do resgate), depois da venda de uma posição. Mas esta posição tem de cair mais. “Ainda há muito a fazer”, frisou o gestor nessa entrevista à publicação financeira.
 Neste momento, o gestor conseguiu que o Lloyds voltasse aos lucros e começasse a negociar acima do valor das acções na altura da intervenção estatal. Em bolsa, o banco sobe 57% desde o início do ano. Além disso, antecipa-se que o banco possa voltar a distribuir dividendos. 

Bolsa dia a dia : Telecomunicações e banca pressionam e levam PSI-20 a cair quase 1%

O principal índice da praça de Lisboa encerrou em terreno negativo, pela segunda sessão consecutiva, e acompanhou a tendência das principais praças europeias.
O PSI-20 encerrou, pela segunda sessão consecutiva, em queda, recuando 0,94% para os  6.294,59 pontos, com duas cotadas em alta, 17 em queda e uma inalterada.
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Na Europa, o sentimento é generalizadamente negativo. As perdas dos índices do Velho Continente oscilam entre a queda de 0,90% do espanhol IBEX 35 e a desvalorização de 0,22% do índice italiano.
Por cá, a pressionar o comportamento do PSI-20 esteve o sector das telecomunicações e o sector financeiro. A Zon Optimus tombou 3,4% para 4,97 euros, a Sonaecom desvalorizou 2,73% para 2,383 euros e a Portugal Telecom cedeu 1,21% para 3,10 euros.
 O sector financeiro encerrou no vermelho, isto depois de ter sido noticiado que o Banco Central Europeu pode estar a ponderar passar a taxa de juro dos depósitos para terreno negativo, possivelmente para -0,1%. A taxa paga pelo BCE aos bancos quando estes “estacionam” liquidez no banco central, actualmente em 0%, poderá passar para terreno negativo caso o BCE considere que é necessária uma política  monetária mais acomodatícia.
 Assim, o BPI, que foi o banco que mais caiu, desvalorizou 2,37% para 1,152 euros, seguido do BES, que perdeu 1,68% para 0,995 euros, e do BCP que deslizou 0,62% para 0,112 euros. O Espírito Santo Financial Group, a “holding” que detém o BES, subiu 0,1% para 5,14 euros.
 No sector energético, a Galp Energia foi o único título a encerrar no verde, subindo 0,37% para 12,10 euros. A EDP desvalorizou 0,36% para 2,75 euros e a subsidiária de energias limpas, a EDP Renováveis, perdeu 0,89% para 3,999 euros.
 No retalho, a Sonae foi quem teve a queda mais expressiva, caindo 2,71% para 1,077 euros e a Jerónimo Martins deslizou 0,33% para 14,945 euros.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Particulares podem dar ordem para comprar até 25 mil acções dos CTT

Resolução do Conselho de Ministros que aprovou a privatização dos CTT determina o número máximo de cada ordem de compra por parte dos investidores particulares e trabalhadores da empresa.
Os investidores particulares que pretendem participar na oferta pública de venda dos CTT – Correios de Portugal podem dar ordem para comprar no máximo 25 mil acções da companhia. No caso dos trabalhadores, o número máximo de acções a adquirir por cada um ficou fixado em 2.500.
 Estes números constam na Resolução do Conselho de Ministros que aprova a operação de privatização e que foi publicada na tarde de segunda-feira em Diário da República.
 Tendo em conta estes limites e os preços de venda das acções – entre 4,10 euros e 5,52 euros – um investidor particular irá aplicar no máximo 138 mil euros na OPV dos CTT, isto caso as acções sejam vendidas ao preço máximo e todos os títulos atribuídos. Se as acções forem alienadas ao preço mínimo, o investimento baixa para 102,5 mil euros.
 No caso dos trabalhadores, o investimento máximo será de 13.800 euros, não tendo em conta o possível desconto que poderá ser aplicado nesta tranche (o Governo tinha falado em 5% mas não consta nada sobre esta matéria na Resolução do Conselho de Ministros).
 No documento publicado no Diário da República poucas mais novidades são reveladas, além do que o Governo tinha já anunciado em comunicado, como o preço de venda e a divisão pelas várias tranches.  
 Nada é referido sobre um lote destinado aos pequenos investidores, que nas anteriores operações de privatização beneficiavam de um desconto de 5% face ao preço das ordens dadas pelo público em geral e investidores institucionais.
 No que diz respeito à tranche da venda directa, a resolução esclarece que a Parpública tem a autorização para alienar 74.454.545 acções, ficando reservado um lote suplementar de 9.545.455 acções.
 A soma destas acções perfaz 80% da oferta total, com os restantes 20%, ou 21 milhões de acções, destinadas aos pequenos investidores na OPV. Desta parcela destinada aos investidores particulares, 15.750.000 acções são para o público em geral e 5.250.000 para os trabalhadores.
 
Jornal de Negócios

CTT terão um dos melhores dividendos da Europa

A política de remuneração definida hoje pela empresa garante-lhe o estatuto de acção com melhor ‘dividend yield' do PSI 20. 
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As acções do CTT terão uma das dez taxas de rentabilidade dos dividendos mais atractivas da Europa e o maior ‘dividend yield' do PSI 20. A empresa propõe-se a distribuir cerca de 60 milhões de euros em remuneração aos accionistas no próximo ano.
Tendo em conta o ponto médio do intervalo de preços definido pelo governo, aquele valor traduzir-se-á numa taxa de rentabilidade do dividendo de 8,32%. Se o preço sair no ponto mais alto, o ‘dividend yield' será de 7,25%. Já se as acções forem para o mercado ao valor mais baixo do intervalo definido pelo governo, o peso do dividendo no valor das acções será de 9,76%.
Nas vinte cotadas do principal índice da bolsa nacional, o PSI 20, nenhuma tem uma taxa de rentabilidade do dividendo estimada acima daqueles valores. Tendo em conta a média das estimativas dos analistas para o valor do dividendo a distribuir no próximo ano pelas cotadas nacionais, apenas uma cotada tem uma taxa de rentabilidade acima de 7%. Trata-se da REN, com um ‘dividend yield' estimado de 7,42%.
A completar o pódio das cotadas com dividendos mais atractivos estão a EDP e a Portucel, com uma taxa de rentabilidade estimada de 6,84% e 6,37%.
Já entre as 600 cotadas europeias que compõem o índice Stoxx Europe 600, apenas sete têm uma taxa de rentabilidade do dividendo estimada acima de 8%. A belga Telenet é a que tem uma perspectiva de dividendos mais atractivos face à cotação actual, com um ‘dividend yield' de 15,1%.
No prospecto da oferta, os CTT referem que "para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, o Conselho de Administração do Emitente espera estar em condições de propor a distribuição de dividendos no montante de aproximadamente 60 milhões de euros, a serem pagos em 2014". A empresa compromete-se ainda no futuro a distribuir dividendos equivalentes a 90% do lucro, um ‘payout' mais generoso que o da congénere bpost, que destina 85% dos resultados para os dividendos.
Apesar disso, a empresa realça que a política de dividendos agora definida pode vir a ser alterada no futuro. "Poderá ser alterada no futuro, caso seja necessário, de modo a reflectir, entre outros aspectos, alterações à estratégia de negócio e às necessidades de capital, dependendo eventuais dividendos futuros das condições verificadas no momento, incluindo dos resultados líquidos consolidados e individuais, dos proveitos, da situação financeira, das reservas, da disponibilidade de fundos legalmente distribuíveis e das perspectivas futuras, pelo que não pode ser dada qualquer garantia que num determinado ano serão propostos, declarados e distribuídos dividendos".
 
O Económico

Os 15 pontos essenciais da entrada em bolsa dos Correios

O Económico preparou um guia para os pequenos investidores com as questões mais relevantes sobre a privatização dos CTT. 
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Quando posso comprar acções?A partir de hoje já pode, junto do seu banco, dar ordem de compra sobre as acções dos CTT. O período para comprar acções termina a 2 de Dezembro. As ordens têm de ser expressas em múltiplos de 10 acções.
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As ordens são revogáveis?As ordens de compra poderão ser revogadas até quatro dias antes do fim do prazo da oferta, por comunicação ao intermediário financeiro que as recebeu. Ou seja, são revogáveis até ao dia 26 de Novembro de 2013, inclusive.

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Quantas acções poderei comprar? No âmbito da OPV cada investidor individual não poderá adquirir mais de 25 mil títulos dos CTT.
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Qual é o preço?O intervalo indicativo de preços oscila entre 4,10 e 5,52 euros.

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Quando se saberá o preço definitivo?O preço final deve ser conhecido a 4 de Dezembro. A determinação do preço final cabe ao Governo, que tomará uma decisão com base em vários factores, nomeadamente a procura por acções dos CTT.

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Posso vender quando quiser?Sim, com excepção das acções adquiridas pelos s trabalhadores dos CTT, que ficam indisponíveis por um prazo de 90 dias. As acções adquiridas por funcionários só podem ser transaccionadas a partir de 5 de Março. 

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Haverá rateio?Se a procura exceder a oferta haverá rateio. Quem subscrever acções até 25 de Novembro ficará em vantagem porque beneficiará de um coeficiente de rateio superior, em 100%, aos investidores que só derem ordens entre 26 de Novembro e 2 de Dezembro.

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Quando será a estreia em bolsa?A primeira sessão dos CTT em bolsa deve acontecer a 5 de Dezembro.

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Os trabalhadores têm desconto?Sim, as ordens de compra apresentadas no âmbito do lote reservado aos Trabalhadores dos CTT beneficiam de um desconto de 5% sobre o preço da Oferta Pública de Venda.

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Os CTT dão lucro?Nos primeiros nove meses do ano os CTT alcançaram um resultado líquido de 45,2 milhões de euros, mais 27,7% do que no período homólogo, quando os lucros somaram 35,4 milhões de euros. O aumento de lucros conseguido através da diminuição de custos, já que as receitas caíram ligeiramente, de 529,3 milhões de euros em Setembro de 2012 para os actuais 520 milhões.

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Os CTT pagam dividendos?Sim. Nos últimos dois anos a empresa entregou ao Estado mais de 90% do seu lucro sob a forma de dividendos. Para 2014 prevê-se a distribuição de 60 milhões de euros pelos accionistas em dividendos. E nos anos seguintes os CTT contam "pagar dividendos aos seus accionistas que representem, pelo menos, 90% do lucro distribuível". A empresa avisa contudo que "esta política de dividendos poderá ser alterada no futuro".

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O Estado vai deixar de ser accionista?Não. Após a privatização o Estado manterá uma participação de, pelo menos, 30%.

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Quais os riscos de investir na OPV dos CTT?Há vários riscos e de diversa ordem. Em termos económicos, os CTT estão muito associados a Portugal, onde prestam cerca de 90% das suas vendas e serviços. Nesse sentido, um eventual novo corte de ‘rating' a Portugal terá impacto na empresa. Há também riscos inerentes ao próprio negócio dos CTT. A alteração nas tendências de comunicação deve continuar a provocar uma diminuição do tráfego de correio. O facto de quase 40% dos rendimentos operacionais dos CTT derivar de apenas 20 clientes é também um risco. Leia,
no prospecto da oferta, entre as páginas 52 e 61, todos os riscos associados a investir na OPV.
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Já existiram IPO de empresas europeias de correios este ano?Sim, a belga bpost e a britânica Royal Mail entraram em bolsa em Outubro deste ano e lideram mesmo os ganhos entre as 50 empresas que compõem o índice Bloomberg European IPO. A bpost avança 15% desde 10 de Outubro, enquanto a Royal Mail ganha 68% no mesmo período.

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As últimas OPV deram lucro aos investidores?A maioria dos investidores que participou nas OPV em Portugal e ainda conserva as suas acções estão a perder dinheiro. É o caso de quem investiu na REN, em 2006, cujas acções foram colocadas a 2,75 euros, estando hoje a perder 16,6%. Também quem participou na dispersão da EDP Renováveis em bolsa, em 2008, perde ainda 49,6%, face aos oito euros iniciais das acções. Já quem investiu na Galp, em 2006, cujas acções foram então avaliadas em 5,81 euros, ganha agora 108,5%.
 
O Económico

Quanto valem os CTT?

Quanto valem os CTT? Esta será provavelmente a pergunta mais ouvida na segunda quinzena económica do mês de Novembro. Num ano onde assistimos à saída de bolsa da Brisa e da Sonaecom, à fusão da Zon com a Optimus, à fusão da PT com a Oi, a aumentos de capital e recapitalizações diversas, a OPV dos CTT tem tudo para ser o acontecimento mais relevante de 2013 na nossa praça. Nem tanto pelos montantes envolvidos mas sobretudo pelo mediatismo que previsivelmente envolverá a operação. E nem a passagem pelo PSI geral tirará glamour ao processo. Mesmo antes de serem conhecidos os contornos da operação de venda importa reflectir um pouco sobre o valor que poderíamos considerar justo para o total da operação.
Comecemos essa análise pela avaliação feita pelo grupo Urbanos, que cedo se mostrou interessado na aquisição da companhia. Este grupo avaliou os CTT numa cifra a rondar os 500-600 milhões de Euros. Vejamos, de forma superficial, alguns dados nas contas dos CTT. Em primeiro lugar, mas nem por isso pouco relevante, a dívida dos CTT tem contornos modestos se comparada com outras grandes empresas portuguesas. Como diria o Sr. Sócrates, uma dívida gerível. Assim, a dívida é um problema a menos para quem quiser comprar uma fatia dos CTT.
No que diz respeito aos lucros, o resultado líquido projectado para este ano rondará os 62 milhões de Euros, valor que está em linha com os montantes apresentados em anos anteriores.
Tem vindo a assistir-se a um decréscimo progressivo na facturação associada aos serviços postais, que representam ainda 70% dos lucros da companhia. Essa tendência não surpreende, já que o decréscimo se tem dado em todos os países do mundo civilizado, muito por culpa da comunicação por e-mail. Os CTT têm compensado essa diminuição - que pode ser um problema considerável num horizonte temporal de 5-10 anos - com o crescimento no sector expresso (correspondente a 18% dos rendimentos) e com a diminuição de custos com pessoal (muito por via da não substituição de activos nos casos de reforma).
Se olharmos para o PER dos pares europeus dos CTT poderemos especular em quanto poderá vir a ser avaliada a empresa. O Royal Mail (sim, aquela empresa cujas acções subiram 40% no primeiro dia de negociação) foi colocado em bolsa com um PER a rondar os 8. Correndo o risco de ser minimalista na análise, se olhássemos só para o PER, um valor a rondar os 8 seria o mínimo aceitável para os CTT. Se assim fosse, os CTT seriam avaliados em cerca de 500 milhões de euros. Mas, à luz das actuais cotações, o PER do Royal Mail já quase duplicou, aproximando-se do valor dos seus pares europeus (o Deutsche Post tem um PER de 15). Ficando a meio caminho, nos 12, teríamos um valor para os CTT a rondar os 750 milhões de Euros.
Analisando a capacidade de produção e distribuição de lucro aos accionistas, aspecto fundamental numa empresa madura, apontaria para uma Yield mínima de 5%. Considerando os 50 milhões de euros distribuidos em dividendos correspondentes ao ano de 2012 teríamos os CTT a valer cerca de 1000 milhões de euros. Assim, será razoável considerar (repito, sendo algo minimalista) que os CTT valerão entre 500-1000 milhões de euros. Abaixo desse nível estarão a prémio e acima dele serão demasiado caros.
Importa introduzir a contextualização política, determinante neste caso em concreto. Está, a meu ver, completamente posta de lado a possibilidade de venda abaixo da avaliação dos Urbanos - os 600 milhões de Euros. O Governo necessita de retirar dividendos políticos desta situação e quererá mostrar que zela pelos interesses do país. Para isso terá forçosamente de vender a um preço superior aos 600 milhões de euros. Considerando o actual estado de contida euforia no nosso mercado, facilmente uma OPV a 1200 milhões de euros seria um sucesso. É o que tantas vezes tem acontecido quando os privados vendem as suas empresas (se os CTT fossem avaliados com base no PER do Facebook, 215, valeriam 13 mil milhões de euros!!). Ora, não se espera isso de uma OPV por parte do Estado. Tão importante como o resultado económico é a satisfação do povo. E o governo não quer certamente ser acusado de vender caro e roubar os pequenos e ingénuos subscritores, como tantas vezes tem sido acusado Belmiro de Azevedo (eu prefiro elogiá-lo pela sua perspicácia estratégica). Tomando em consideração esta condicionante, a minha aposta pessoal vai para os 700-750 Milhões de Euros, valorização suficientemente atractiva para fazer desta OPV um sucesso e suficientemente cara para o governo se poder vangloriar de fazer excelentes negócios.
Uma nota para o custo por acção. Considerando que os CTT estão divididos actualmente em 17,5 milhões de acções, detidas a 100% pelo Estado, e apontando a valorização para os 750 milhões de euros, cada acção valeria cerca de 43€. Não sei se o Estado procederá a um stock split para diminuir o valor unitário por acção mas se não o fizer é importante desmistificar um conceito-base: valham as acções 43 cêntimos ou 43 euros, o valor para o accionista é precisamente o mesmo! A única diferença passa pelo número de acções que vai ter em carteira! Se valerem 0,43€ necessita de comprar 100x mais acções para adquirir o mesmo valor. Pessoalmente espero que os 17,5 milhões de acções sejam mantidos, já chega de penny stocks no PSI-20!
Fica por responder de forma directa a uma importante questão: "Valerá a pena comprar acções dos CTT?"... Para responder a essa fundamental questão (e até porque este post já vai demasiado longo) vou aguardar pela publicação por parte do governo da valorização final da empresa e das condições da OPV. Logo que os pormenores do processo sejam tornados públicos (provavelmente dentro de uma semana) voltarei ao tema com uma análise mais aprofundada.